23 de fev. de 2009

A NOVA BARRA DA FIGUEIRA



Há 150 anos era inaugurada a nova barra da Figueira da Foz. Sem grande sucesso, uma vez que três anos depois a barra voltaria a assorear. O Eng. Adolpho Loureiro descrevia assim o estado da foz, antes das obras:

A grandíssima diminuição da capacidade dos receptáculos interiores, já pelos assoreamentos e depósitos, já pela construção de diques vedando os terrenos ao acesso das aguas salgadas, e a rápida e progressiva obstrução do alveo do Mondego e dos seus afluentes, tanto pelos sedimentos e aluviões fluviais, quanto pelos marítimos, em breve começaram a ter por consequência o assoreamento do porto, a instabilidade e pequena profundidade do canal da barra, e a formação do banco exterior da foz do Mondego, muito próximo da costa” (1)

As obras traduziram-se num “paredão de 1200 metros de comprimento, assentado em funda estacaria”. Das rochas da praia do forte, fez-se cal, que serviu ao empreendimento e “cobriu-se esta praia de elevados aterros, defendidos do mar por grossos muros". Assim se conseguiu proteger “algumas povoações e muitas marinhas importantes” (a sul). (2)
As obras foram supervisionadas pelo Eng. Francisco Maria Pereira da Silva.

Mais tarde. já em 1929, teve que se proceder a obras de vulto no molhe sul e aproveitou-se o ensejo para construir a doca dos bacalhoeiros e aquele que ainda é o cais acostável da margem norte.
Em 1959 anunciavam-se novas obras…

(1) Adolpho Loureiro, Memórias sobre o porto e a barra da Figueira e as obras para o seu melhoramento, 1882.
(2) Filipe Simões, Cartas à Beira-Mar, cit. Por M. Pinto e R. Esteves em Aspectos da Figueira da Foz, 1945.